O salão da Igreja N.Sa. de Guadalupe, no Cidade Aracy, recebeu um número razoável de moradores na noite desta quarta-feira (27). Os termómetros marcavam 14º, mas o frio não afastou ninguém nas 3 horas de discussão sobre a proposta de atualização do Plano Diretor Estratégico de São Carlos, apresentada pela Prefeitura Municipal.
A audiência foi agendada em cumprimento a Lei Municipal n° 13.691/2005, pela Prefeitura de São Carlos e o Núcleo Gestor Compartilhado, para que a população avaliasse o conteúdo da proposta.
“Nosso principal objetivo é que as pessoas conheçam o que é o Plano Diretor, para que serve. É uma explicação do que está sendo feito e um mecanismo que a população tem para emitir seus anseios, suas preocupações.”, explicou o secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Márcio Marino.
O Plano Diretor é a lei que define a política urbana e a diretriz para a área rural, com objetivo de organizar o crescimento e o funcionamento do município. A revisão é um conjunto de ações que devem ser promovidas pelo poder público para que todos os cidadãos tenham acesso à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer.
Na maioria das declarações de moradores e representantes de associações de bairro, havia a preocupação com a possibilidade de serem autorizados novos loteamentos na região sul, onde está o Cidade Aracy, e com o tamanho dos lotes a serem liberados após a aprovação do Plano Diretor.
“Essa nova proposta é de crescimento ordenado aqui também na região sul da cidade, prevalecendo sempre o que temos de reserva. Os terrenos deverão ter por volta de 300m2. Nem 500 nem 100m2, uma medida razoável para que o adensamento não seja muito forte para que quem comprar o lote possa ter áreas em torno da casa, para lazer, para plantação.”, disse Marino.
A questão do tamanho dos lotes também é a principal preocupação da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de São Carlos – AEASC: “Lotes de 450m2 numa região que necessita de terrenos para habitação social é uma incoerência. Não existe mercado para isso aqui. É claro que é preciso ter cuidado por termos aqui um solo arenoso, mas nós da AEASC entendemos que esse terreno proposto está exageradamente grande. Deveria ser de 240m2. Já discutimos com a Prefeitura, vamos insistir e se for preciso vamos rever também quando a proposta for encaminhada a Câmara Municipal.”, declarou Giuliano Cardinali, presidente da AEASC.